sábado, 29 de janeiro de 2011

Juventude perdida.



"A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos, respondem aos pais, são simplesmente maus."

O que você tem a dizer sobre a geração atual?
Um aglomerado de idiotas acéfalos. Pessoas de mal gosto, má educação. Alunos irresponsáveis, que não respeitam o professor. Baderneiros. Amantes de vícios em geral: fumantes, drogados, bêbados. Meninas indecentes, sem valores, comportam-se como prostitutas. Vagabundos, não tem perspectiva de vida, sem futuro, só pensam no agora. Playboys, não sabem o que é dureza. Fúteis, não se interessam em cultura, desprezam a inteligência, vazios. As opiniões são diversas. Todos têm uma queixa com relação aos que se enquadram entre mais ou menos 10 e 25 anos.
A citação acima não é nenhum pouco incomum. Trata-se de mais um adulto responsável, conservador, moralista, muito possivelmente religioso e defensor de bons princípios que, chocado ao descobrir as letras de funk carioca, decidiu desabafar em um post qualquer na internet, certo? Errado. O autor do comentário é Sócrates, um dos mais conhecidos filósofos, que viveu aproximadamente entre 469 e 399 a.C. (não é estranho que as pessoas de a.C. nasceram em um ano numericamente maior do que morreram?). Assim como Sócrates, milhares de chatos surgem com essa história de que "é o fim dos tempos". Mas é claro que não é! O futuro não está perdido e sim, somos um "futuro da nação" como qualquer outro, com qualidades e defeitos. E o tal do "no meu tempo" nunca existiu. A mocidade é massacrada desde antes de Cristo, receptoras de queixas e falsas acusações. A geração atual ouve o mesmo que a geração passada ouvia da geração passada passada. Q
Costumam criticar os jovens por serem "alienados", "acomodados" politicamente. Usam como exemplo os jovens do período do regime militar, que saíram às ruas para derrubar o governo vigente. É verdade hoje em dia, nós não vemos mais isso. Mas francamente, o que deveríamos fazer? Protestar contra o que? Lutar contra o que? Será que vivemos em um período em que pessoas são presas, torturadas e mortas por se oporem ao governo? Será que não temos liberdade de expressão? Devemos apedrejar o planalto central? E principalmente: quem colocaríamos no lugar para resolver os problemas do nosso país? Não temos um inimigo visível no poder. Não temos esperanças de que a democracia - herói - venha nos salvar, porque dã, já vivemos em uma democracia. Talvez não uma democracia perfeita, mas ainda assim, o melhor que podemos ter.
Nosso mal gosto musical? Sério? A consagrada geração anos 90 que brigou pelo impeachment do então presidente Fernando Collor se embalava nos hits do "É o Tchan". Nos anos 80, todos curtiam "Ursinho Blau Blau". Nos anos 70, as pessoas dançavam lambada. Assim como tantas músicas de qualidade surgiram em seus respectivos períodos. E tudo o que dizem é que "Restart é um lixo" e a música acabou? É senso comum demais. Eu, particularmente, não sou um fã da banda, e nem acho que sou do público alvo, mas pera lá! Você não é obrigado a gostar, mas tudo que você faz é criticar? Por que não pega o seu violão e escreve suas letras? Apesar de inúmeras críticas que tenho a fazer para com eles, admiro a coragem de vestir a roupa que querem, e se portar como querem e de mostrarem quem são. Simples. E gosto do fato deles empurrarem os haters pra fora da zona de hipocrisia, e mostrar que muita gente ainda julga os outros pela forma como se vestem. É confortável demais odiar o que a massa odeia (mas isso é assunto pra outro post).
Somos antenados. Estamos captando todo o turbilhão de informação que a internet nos empurra. Somos criativos. Entramos cada vez mais novos no mercado de trabalho, e roubando o emprego de quem tem experiência. Somos representantes da novidade. Nos exercitamos mais, fumamos menos. Pensamos mais no meio-ambiente. Somos menos preconceituosos, mais mente aberta. Será que ninguém vê isso? Porque eu nunca vi ninguém, NINGUÉM nem comentar um "Puxa, passou pela minha cabeça que talvez os adolescentes contemporâneos não sejam assim tão ruins".
Se você tem menos de 20 anos e sente muita vergonha de viver nessa geração, cuidado! Você foi vítima de lavagem cerebral. Não deixe que coloquem na sua cabeça que só existem adolescentes retardados lá fora. Lembre-se: você é um de nós.
Talvez seja fruto do que os nossos antepassados se esforçaram para nos proporcionar, mas isso não nos tira o mérito. Por exemplo, a mulher do século passado era submissa, ignorante, etc, e por conquistar seu espaço, a mulher contemporânea não deixa de ser superior ao que foi um dia.
É verdade que nem tudo são rosas, e que temos muitos defeitos. Mas parece que as pessoas só estão dispostas a enxergar e consequentemente nos enfiar em um saco só: o pior possível.
O desenvolvimento cultural não é uma estrada reta, é um circuito. A sociedade luta, progride, evolui e de repente, todas as conquistas se perdem e voltamos para a estaca zero. É como o mar, que avança furiosamente e depois se recolhe. Os valores vêm e vão. Mudam. E não se preocupe... O destino do mundo está em boas mãos.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O que imagino sobre...?

Olá, querido leitor.
Ãhn, como vou começar isso...
Bem, alguém se interessa pelo primeiro post de um blog? É tão... Clima de apresentação. Argh, certo, terei que começar pelo começo. Vamos lá.
Esse blog é fruto do hábito que tenho de dar meu parecer, dizer o que penso sobre tudo. Faço isso compulsiva e impulsivamente. Até mesmo solitariamente, brinco de explicar mentalmente para mim mesmo o que acho sobre determinado assunto. Meio doentio, não é?
Também é graças a amigos que pedem pra que eu registre minhas opiniões em algum lugar, mas não me iludo, pois sei que os mesmos não virão ler o que eu posto aqui.
Enfim, eu tenho muito a dizer, não tenha dúvidas. Meu objetivo é que seja tudo escrito de maneira clara, simples e objetiva.
É, isso está um pouco fraco, mas por gentileza, não pare de ler! Certamente sua primeira impressão vai mudar.


Ou não.

Obs: O nome "Imagino que" vem justamente do início das orações que representam meus achismos mentais. E também porque "opinando sobre" e afins já estavam em uso. Ah, e não faça cara feia! Achar um nome é mais difícil do que parece, e há dias que venho me aborrecendo com essa atividade enlouquecedora.